Refrigerante zero faz mal? O que a ciência diz sobre o consumo
O refrigerante zero açúcar está sempre envolvido em polêmicas: ele realmente faz mal? Os adoçantes são mais prejudiciais que o açúcar? E o sódio, é um problema? Essas dúvidas geram discussões, mas antes de tirar conclusões, é essencial entender os fatos por trás dos ingredientes e seus efeitos no organismo.
Refrigerante comum x Refrigerante zero: qual a diferença?
A principal diferença entre os dois está na composição. Enquanto o refrigerante comum contém açúcar em grandes quantidades, o refrigerante zero substitui esse ingrediente por adoçantes artificiais. Vamos analisar os principais componentes de cada um.
O açúcar no refrigerante comum
Quantidade de açúcar no refrigerante comum x refrigerante zero
O refrigerante comum contém uma alta quantidade de açúcar, tornando-se uma das principais fontes de calorias vazias na dieta de muitas pessoas. A lista de ingredientes dos alimentos segue uma ordem decrescente, ou seja, os primeiros itens são os mais abundantes no produto.
No caso do refrigerante comum, o açúcar aparece logo após a água gaseificada, o que significa que ele está presente em grandes quantidades. Para se ter uma ideia, uma lata pode conter até 37g de açúcar, o que equivale a 74% da recomendação máxima diária estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (50g/dia).
O sódio no refrigerante zero: mito ou verdade?
Uma das críticas mais comuns ao refrigerante zero é que ele contém mais sódio do que o normal. E isso é verdade! Algumas versões chegam a ter mais que o dobro de sódio do que o refrigerante comum.
Informações nutricionais refrigerante tradicional
Informações nutricionais refrigerante zero açúcar
No entanto, a quantidade absoluta ainda é baixa. O consumo diário recomendado de sódio é de 2000 mg, e uma lata de refrigerante zero contém cerca de 50 mg. Ou seja, mesmo que tenha mais sódio do que a versão comum, essa quantidade não chega a ser significativa para a ingestão total diária.
Os adoçantes são um problema?
Outro ponto controverso sobre os refrigerantes zero é o uso de adoçantes artificiais. Os principais presentes nesse tipo de bebida são:
✅ Ciclamato de sódio
✅ Acesulfame de potássio
✅ Aspartame
Mas será que essas substâncias realmente fazem mal? Para responder a essa pergunta, é importante considerar a Ingestão Diária Aceitável (IDA). Esse é o valor máximo seguro que uma pessoa pode consumir por dia sem efeitos adversos.
Veja abaixo a quantidade de refrigerante necessária para ultrapassar essa ingestão em um adulto de 70 kg:
Adoçante: | Ingestão Diária Aceitável: | Quantidade de refrigerante equivalente para uma pessoa de 70 Kg: |
Ciclamato de sódio | 11 mg/Kg/peso corporal | Aprox. 8 latas de 350 mL |
Acesulfame de Potássio | 15 mg/Kg/peso corporal | Aprox. 20 latas de 350 mL |
Aspartame | 40 mg/Kg/peso corporal | Aprox. 66 latas de 350 mL |
Ou seja, para que um adulto saudável ultrapasse os limites seguros, seria necessário um consumo exagerado de refrigerantes zero todos os dias, o que dificilmente acontece na prática.
Refrigerante zero faz mal? O que considerar antes de consumir
Nenhum alimento ou bebida é capaz, por si só, de causar doenças ou prejuízos à saúde. O problema está no excesso e na frequência de consumo.
✅ O refrigerante comum contém muito açúcar, o que pode contribuir para ganho de peso e resistência à insulina.
✅ O refrigerante zero tem mais sódio, mas a quantidade ainda é pequena em relação à recomendação diária.
✅ Os adoçantes presentes nos refrigerantes zero são seguros quando consumidos dentro dos limites aceitáveis.
Além disso, o contexto alimentar deve ser levado em conta. Muitas pessoas que estão em um processo de mudança de hábitos podem se beneficiar do refrigerante zero como uma alternativa intermediária para reduzir o consumo de açúcar sem comprometer a adesão ao plano alimentar..
Conclusão: refrigerante zero pode ser consumido?
Se o consumo for ocasional e dentro de uma alimentação equilibrada, o refrigerante zero não é prejudicial. Porém, é importante lembrar que não há benefícios nutricionais nessa bebida, e a melhor opção para hidratação sempre será a água.
Priorizar alimentos naturais e evitar o consumo excessivo de ultraprocessados é importante. Mas, caso o paciente sinta vontade de tomar um refrigerante, saber as diferenças entre o comum e o zero pode te ajudar a tomar a decisão do próximo passo no tratamento.
Agora queremos saber sua opinião! Você costuma prescrever refrigerantes zero como estratégia para diminuir a quantidade de açúcar na dieta? Deixe seu comentário abaixo!