Nutri, imagine que durante a anamnese o paciente relate o uso de certos medicamentos e outras avaliações demonstram deficiência de algumas vitaminas e minerais… será que existe associação?
A resposta é SIM, pode haver uma relação entre as deficiências nutricionais e o uso de fármacos. Pensando nisso, a Numax traz 10 interações que todo nutricionista precisa conhecer!
Metformina x Vitamina B12
A metformina é comumente utilizada para o tratamento do diabete tipo II. A longo prazo, o medicamento pode reduzir a absorção da Vitamina B12, sendo necessário monitorar os níveis da cobalamina em pacientes com o uso contínuo do fármaco.
Alguns estudos sugerem que isso acontece devido ao estímulo do fármaco à menor produção de ácido clorídrico no estômago, o que pode afetar a liberação do fator intrínseco – essencial para a absorção da Vit. B12.
Além disso, a metformina pode afetar as células do íleo, parte do intestino responsável por essa absorção.
Diuréticos x Potássio
Alguns diuréticos podem aumentar a eliminação de potássio pela urina. Por isso, é importante monitorar os níveis desse mineral no organismo e, possivelmente, aumentar as fontes de potássio na dieta ou prescrever suplementos.
Exemplos de fármacos que podem levar a uma excreção aumentada de potássio: Furosemida, Bumetanida, Torasemida, Hidroclorotiazida, Clortalidona e Indapamida.
Varfarina x Vitamina K
A varfarina é um anticoagulante, comumente utilizado em pacientes com risco de embolismo e na prevenção de doenças cardiovasculares.
O medicamento age inibindo os fatores de coagulação dependentes da Vitamina K, por isso, um consumo excessivo dessa vitamina pode diminuir a eficácia do fármaco.
A Vit. K está presente, principalmente, em vegetais verde-escuros, como brócolis, espinafre e couve.
Levotiroxina e Cálcio
A levotiroxina é um medicamento utilizado para o tratamento de distúrbios da tireoide, como o hipotireoidismo.
O cálcio pode formar complexos com o fármaco no trato gastrointestinal – o que diminui a absorção do remédio.
Por isso, é recomendado que a levotiroxina não seja utilizada em horários próximos a suplementações ou refeições com alto teor de cálcio.
Antiácidos e Ferro
Antiácidos que contêm hidróxido de alumínio ou cálcio podem interferir na absorção de ferro.
Isso acontece porque o hidróxido forma um complexo com os íons de ferro no trato gastrointestinal, reduzindo a biodisponibilidade e a absorção do mineral.
Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) e Tirosina
Alimentos ricos em tirosina, como queijos envelhecidos e embutidos (salame italiano, presunto, mortadela, salsicha…) podem interagir com fármacos IMAO, presentes em medicamentos utilizados no tratamento da depressão.
A interação pode levar a um aumento perigoso da hipertensão arterial. Os Inibidores da Monoaminoxidase são representados pela Isocarboxazida, Moclobemida, Fenelzina, Selegilina e Tranilcipromina.
Corticosteróides e Cálcio
Corticosteroides, como a prednisona, podem causar a perda de cálcio nos ossos a longo prazo.
Isso porque, além de inibir a absorção e aumentar a excreção do mineral, os fármacos estimulam a degradação dos ossos e suprimem a atividade das células responsáveis pela formação óssea.
Medicamentos hipoglicemiantes e álcool
Fármacos desenvolvidos para controlar a hiperglicemia, como a insulina ou remédios orais, não devem ser consumidos em conjunto a bebidas alcóolicas.
Isso porque, o álcool é metabolizado pelo fígado. Uma atividade aumentada da metabolização desta toxina pode interferir na capacidade do órgão em liberar glicose e, assim, causar uma queda dos níveis de açúcar no sangue.
Metotrexato e Ácido Fólico
O metotrexato é um medicamento usado no tratamento de doenças imunes, como a artrite reumatoide e a psoríase, que pode interferir na síntese de ácido fólico no organismo.
Sendo assim, é necessário monitorar os níveis de Vit. B9 em pacientes que fazem uso do fármaco para evitar sua deficiência.
Anticoagulantes e Ômega-3
Os ácidos graxos ômega-3 possuem efeito anticoagulante natural. Somados ao efeito do medicamento, podem aumentar o risco de sangramentos.
Por isso, é importante ter atenção à dose da suplementação do lipídio e, também, no consumo de fontes alimentares de ômega-3 – como os peixes e crustáceos.