O Gasto Energético Total (GET) é um dos primeiros cálculos que um nutricionista faz durante o atendimento e representa a energia necessária para que o paciente mantenha o peso, ao considerar o Gasto Energético Basal (GEB) e o nível de atividade física do indivíduo – sedentário, pouco ativo, ativo ou muito ativo.
O GEB também é conhecido como Taxa Metabólica Basal (TMB).
O valor energético encontrado para o GET é que o norteia o cálculo do plano alimentar. A partir desse valor, será aplicado um déficit ou superávit de calorias, a fim de promover perda de peso ou hipertrofia.
Exemplo de déficit calórico:
JSB, sexo feminino, 34 anos. Procura perda de peso. Após a antropometria, foi constatado que o GET é de 2000 Kcal. Vamos adotar o valor hipotético de 500 Kcal de déficit calórico.
Valor calórico do plano alimentar = 2.000 – 500 = 1.500 Kcal
Exemplo de superávit calórico:
GMS, sexo masculino, 26 anos. Procura por ganho de massa muscular. Após a antropometria, foi constatado que o GET é de 2500 Kcal. Vamos adotar o valor hipotético de 300 Kcal de superávit calórico.
Valor calórico do plano alimentar = 2.500 + 300 = 2.800 Kcal
Existem, também, outras situações específicas para ciclos da vida que demandam adicional calórico, como no início da vida (neonato), na gestação e durante a produção de leite materno.
Para estes casos, as fórmulas da IOM e da FAO/OMS possuem embutido na equação o superávit necessário na necessidade de energia.
Equações EER/IOM
As equações de necessidade estimada de energia do Institute of Medicine (IOM) foram desenvolvidas em 2005, com base na Ingestão Diária Recomendada (DRI).
A EER calcula o gasto energético total utilizando peso, idade, altura e nível de atividade física. É indicada para homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças, gestantes e idosos.
Equação Katch-McArdle
Criada em 2006, possui uma boa acurácia para praticantes de exercícios físicos. A equação leva em consideração a massa livre de gordura (Kg) e, por isso, é mais precisa.
Indicada para jovens adultos(entre 17 a 24 anos) eutróficos, que pratiquem exercícios físicos e com baixa porcentagem de gordura corporal.
Equação de Ten Haaf (Massa Magra)
Criada em 2014, a equação de Ten-Haaf foi criada para atletas recreativos – aqueles que não participam de competições nacionais e internacionais. Demonstrou-se mais adequada que a fórmula de Cunningham para esse público em especial.
Portanto, é indicada para adultos de 18 a 35 anos com alta frequência de exercícios físicos (em média 9h/semana). Assim como a fórmula de Katch-McArdle, a massa magra é utilizada para estimar o GET.
Equação de Mifflin St Jeor
Recomendada pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE), a equação de Mifflin foi criada na década de 90.
É adequada para o cálculo do GET de homens e mulheres, portadores de obesidade, com sobrepeso e eutróficos. Apresenta acurácia de 82% em indivíduos não obesos e de 70% em portadores da doença.
Para calcular o gasto energético, considera peso, idade, sexo e altura.
Equação FAO/OMS
Atualizada em 2004, a equação é adequada para bebês, crianças, homens e mulheres de todas as idades.
São 6 fórmulas separadas por faixa etária e gênero, que levam em consideração apenas o peso corporal total. Por considerar o fator de atividade física moderado, não é a mais recomendada para pacientes que não praticam exercícios físicos.
Equação de Harris-Benedict
Criada em 1919 e posteriormente revisada em 1984 para melhor precisão, a fórmula é adequada para homens e mulheres praticantes de atividade física, enfermos ou feridos de todas as idades.
A equação de Harris-Benedict tende a superestimar o GET de pacientes portadores de obesidade, por isso, não é recomendada para esse público.
Equação de Tinsley e Equação de Cunningham
Adequadas para pacientes fisicamente ativos, com baixa porcentagem de gordura corporal e grande volume muscular.
A equação de Cunningham foi criada em 1980, enquanto a de Tinsley é mais recente, desenvolvida em 2018.
Equação de Owen (1986)
O estudo que originou a fórmula de Owen para cálculo do gasto energético foi realizado com homens, com idade entre 18 e 62 anos. Por isso, apresenta maior confiabilidade nesse gênero.
Considera-se o peso corporal e a massa livre de gordura no cálculo do GET. Indicada para pacientes eutróficos, com sobrepeso e portadores de obesidade.
Como descobrir se a fórmula que você quer utilizar é adequada?
Procure pelo estudo oficial, aquele em que a fórmula foi criada e divulgada. Na parte dos métodos, você encontra o público que foi utilizado para a pesquisa.
Observe se o estado nutricional, sexo e idade estão alinhados com o paciente. Por exemplo, se o experimento foi realizado apenas com adultos portadores de obesidade, provavelmente a equação não será aplicável para atletas adolescentes.
Na Numax, todas essas fórmulas estão disponíveis para que você faça os cálculos de Taxa Metabólica Basal (TMB) e Gasto Energético Total (GET) em poucos cliques. 😉
Assim, entregar o plano alimentar na hora da consulta fica muito mais fácil!
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Respostas de 4
Sim, muito útil o post vai me ajudar bastante.
Estou maravilhada com esse suporte!
OLÁ boa tarde!
Gostaria das essas fórmulas de Gasto Energético Total (GET).
nossa, foi de muita ajuda, gratidão
gratidão, foi de grande ajuda essa publicação.