O que é a asma?
A asma é uma doença pulmonar crônica obstrutiva caracterizada pela hiper-responsividade dos brônquios e inflamação.
Durante uma crise asmática, as células inflamatórias reagem aos alérgenos produzindo citocinas e outras substâncias que levam à inflamação, produção de muco e contração dos brônquios.
Essas três situações — aumento de muco, inflamação e inchaço, e contração muscular suave — resultam na obstrução das vias aéreas, causando dificuldade em respirar.
Crianças com asma têm 32 vezes mais risco de desenvolver Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) na vida adulta. Este dado ressalta a importância de um manejo adequado e contínuo da asma desde a infância para prevenir complicações futuras.
O Leite Aumenta a Produção de Muco?
Há um mito comum de que o consumo de leite aumenta a produção de muco, especialmente entre pessoas com doenças respiratórias como a asma.
No entanto, estudos científicos não confirmam essa associação de forma consistente.
De fato, algumas proteínas presentes no leite, como alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina e albumina sérica bovina, foram associadas inversamente à asma.
Isso sugere que o consumo de leite e derivados pode não ser prejudicial e, em alguns casos, pode até oferecer benefícios. É importante que cada paciente seja avaliado individualmente para determinar a melhor abordagem nutricional.
Fatores que podem contribuir para ataques de asma
Vários fatores podem desencadear ataques de asma, incluindo:
- Alérgenos: Poeira, pólen, ácaros, pelos de animais e mofo.
- Infecções Respiratórias: Vírus e bactérias podem agravar os sintomas asmáticos.
- Poluição do Ar: Fumaça de cigarro, poluição industrial e outros irritantes.
- Mudanças Climáticas: Variações de temperatura e umidade.
- Estresse: Fatores emocionais também podem influenciar a frequência e a intensidade das crises.
Estratégias Nutricionais para a Asma
A nutrição desempenha um papel fundamental no manejo da asma, influenciando diretamente os processos inflamatórios e a saúde geral dos pulmões. Uma dieta balanceada pode não apenas ajudar a controlar os sintomas da asma, mas também reduzir a frequência e a gravidade das crises asmáticas.
A seguir, discutimos algumas estratégias nutricionais baseadas em evidências científicas que podem auxiliar na terapia nutricional da asma.
Dieta Anti-inflamatória:
O ômega-3, presente em peixes gordurosos como salmão, sardinha e atum, possui propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a reduzir a inflamação brônquica.
Estudos indicam que uma dieta rica em ômega-3 pode diminuir a necessidade de medicamentos para asma, ao reduzir os níveis de mediadores inflamatórios no organismo. Estes ácidos graxos atuam no equilíbrio da produção de leucotrienos, substâncias químicas que contribuem para as reações inflamatórias nos pulmões.
Além disso, o consumo adequado de frutas e vegetais é crucial. Estes alimentos são ricos em antioxidantes, vitaminas e fibras, que desempenham um papel essencial na redução da inflamação e na melhoria da função pulmonar.
Antioxidantes como a vitamina C e a vitamina E, presentes em frutas cítricas, brócolis, espinafre e cenoura, combatem o estresse oxidativo nos pulmões. O estresse oxidativo ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do corpo de neutralizá-los, contribuindo para a inflamação e os sintomas da asma.
Vitaminas e minerais também desempenham papéis específicos no manejo da asma. A vitamina D, por exemplo, encontrada em peixes gordurosos, gema de ovo e através da exposição solar, é importante para a modulação do sistema imunológico e pode ajudar a reduzir a frequência de exacerbações asmáticas. Níveis baixos de vitamina D têm sido associados a um aumento na gravidade da asma.
Os flavonoides, compostos encontrados em frutas e vegetais como maçãs, cebolas, e frutas vermelhas, também têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem beneficiar pacientes asmáticos. Eles ajudam a melhorar a função das vias aéreas e a reduzir a hiperresponsividade brônquica.
Manutenção de um peso saudável:
Um ponto importante na terapia nutricional de um paciente asmático é a manutenção de um peso saudável, já que o excesso de peso pode agravar os sintomas da asma.
Os adipócitos (células de gordura) produzem citocinas pró-inflamatórias que podem piorar a inflamação das vias aéreas. Manter um peso saudável através de uma alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares é essencial. Uma dieta equilibrada que promova a perda de peso gradual pode ajudar a melhorar a função pulmonar e a qualidade de vida dos pacientes.
Evitar alimentos processados
Optar por alimentos frescos e minimamente processados é fundamental para pacientes com asma. Isso porque, alimentos ricos em gorduras trans, açúcares e aditivos podem aumentar a inflamação no corpo, exacerbando os sintomas asmáticos.
Estudos indicam que dietas ricas em fast food estão associadas a um aumento no risco de sintomas asmáticos, devido à presença de conservantes e corantes artificiais que podem desencadear respostas inflamatórias.
Hidratação adequada
Manter-se bem hidratado é essencial para a saúde geral e pode facilitar a respiração em pacientes asmáticos.
A água ajuda a manter as vias aéreas úmidas, tornando o muco menos espesso e mais fácil de expelir. Uma boa hidratação também auxilia na manutenção do equilíbrio eletrolítico e na função celular adequada, contribuindo para a redução da irritação nas vias respiratórias.
Incluir Probióticos
A inclusão de probióticos na dieta pode ser benéfica para pacientes asmáticos. Alguns estudos sugerem que probióticos, como os encontrados em iogurtes, kefir e alimentos fermentados, ajudam a modular a resposta imunológica e reduzir a inflamação.
Especificamente, as cepas Lactobacillus e Bifidobacterium têm mostrado potencial para diminuir a gravidade dos sintomas de asma, ajudando a equilibrar a microbiota intestinal e fortalecendo o sistema imunológico.
Vitaminas e minerais específicos
- Vitamina D: A deficiência de vitamina D tem sido associada a um aumento na prevalência e gravidade da asma. Esta vitamina possui propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, importantes para o controle da doença. Fontes ricas em vitamina D incluem peixes gordurosos, ovos e a exposição solar.
- Magnésio: O magnésio possui efeitos broncodilatadores, o que pode ajudar a melhorar a função pulmonar em pacientes asmáticos. Boas fontes de magnésio são nozes, sementes, vegetais de folhas verdes e grãos integrais.
- Selênio: Como um antioxidante potente, o selênio pode ajudar a reduzir a inflamação e proteger as células pulmonares. Alimentos ricos em selênio incluem castanha-do-Pará, frutos do mar e carnes.
Evitando alimentos desencadeantes
Embora o leite não seja um problema para todos, é importante identificar alimentos que possam desencadear sintomas asmáticos específicos em cada paciente.
Alimentos como ovos, soja, trigo, peixe, mariscos, nozes e amendoim são conhecidos por serem potencialmente desencadeantes de alergias e intolerâncias que podem agravar a asma. Uma abordagem personalizada para evitar esses alimentos pode ser necessária.
Dieta Mediterrânea
A dieta mediterrânea é uma excelente opção para pacientes asmáticos devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Rica em frutas, vegetais, peixes, azeite de oliva e nozes, essa dieta tem mostrado benefícios na redução dos sintomas de asma e na melhoria da função pulmonar.
A combinação de nutrientes encontrados na dieta mediterrânea ajuda a combater a inflamação e a fortalecer o sistema imunológico, proporcionando um suporte nutricional completo para pacientes com asma.
Considerações sobre medicamentos
Pacientes com asma muitas vezes dependem de broncodilatadores e esteroides para controlar os sintomas. No entanto, esses medicamentos podem ter efeitos colaterais, como boca seca, náusea, saciedade precoce, vômito e diarreia, tremor nas mãos, cefaléia e vertigem. Além disso, o uso crônico de esteróides pode causar osteoporose.
Portanto, é importante que os pacientes recebam orientação nutricional para mitigar esses efeitos. Por exemplo, uma dieta rica em cálcio e vitamina D pode ajudar a prevenir a osteoporose em pacientes que usam esteróides a longo prazo. Além disso, consumir alimentos ricos em magnésio podem ajudar a contrabalançar os efeitos dos broncodilatadores.
Conclusão
O manejo nutricional da asma é multifacetado, envolvendo desde a escolha de alimentos anti-inflamatórios até a manutenção de um peso saudável e a consideração dos efeitos colaterais dos medicamentos.
Ao seguir essas recomendações, os pacientes podem melhorar a sua qualidade de vida e reduzir a frequência e a gravidade das crises asmáticas.
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Uma resposta
Nestes dias frios, as crises asmáticas só pioram e eu desde a infância sofri muito disto por todos estes fatores como excesso de peso, alimentação desbalanceada e estresse. Hoje ao ter perdido peso e melhorado a alimentação, melhorei muito. Mas uso broncodilatador há anos e as dicas para a alimentação e uso de magnésio, cálcio e vitamina D é algo que achei muito interessante.